sábado, 31 de dezembro de 2011

2011

em 2011 eu comecei a realizar um dos grandes sonhos da minha vida. entrei na faculdade (com bolsa integral, uhuu) de psicologia. tem sido maravilhoso.
em 2011 aprendi a amar de mansinho. sem grandes intemperanças. um amor chuva leve no telhado, nada de tempestade. com sonhos pares, mais concretizáveis.
em 2011 me conheci melhor. comecei a aprender a dizer 'não'. tentei pintar meu pessimismo de otimismo de vez em quando. fui retirando máscara por máscara, pose por pose. sobrou só o real.
em 2011 fui menos intensa, porém. vivi menos o que queria viver e mais o que dava pra fazer. ousei menos, me acomodei mais. que no próximo ano eu saiba ser melhor.



"Amanhã é dia de nascer de novo".
que 2012 torne os nossos sonhos palpáveis.
feliz tudo!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

querido diário,

hoje me sinto muito feliz e segura.
só que ao contrário.

sábado, 24 de dezembro de 2011

hoje consigo ver beleza na rotina.
acho que a minha tempestade tem se acalmado.








feliz natal.
tanto faz.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

queria saber escrever bonito, de um jeito que iluminasse o dia de quem me lesse.
queria saber colocar em palavras essas coisas tão singelas que sinto de vez em quando.
queria saber falar com firmeza e propriedade sobre sentimentos que conheço tão bem. e que apertassem o coração e causassem sorriso as minhas palavras.
acontece que eu não sei. escrevo assim desse jeito tosco e com palavras simples, e geralmente só sei dizer coisas tristes.
mas dizem por aí que a dor é sinal de que há vida. e passa.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

eu tenho tanto medo de um dia olhar pra trás e ver grandes espaços em branco. porque é como a minha vida parece algumas vezes: como se não estivesse sendo vivida. vou empurrando, adiando, sonhando, planejando. e realizo tão pouco.
às vezes acordo e me pergunto como foi que cheguei até aqui. qual foi a correnteza que desaguou nesse lugar.
e não quero continuar com essa sensação. não quero que esse desespero de não saber por onde andei se agrave.
tenho tantos sonhos. e a maior parte deles é perfeitamente realizável. não quero mais adiá-los.
quero um dia olhar pro passado e ter certeza dos passos que dei, com firmeza de ter dado o meu melhor. de ter feito o que quis fazer. de ter propriedade sobre o meu presente, quiçá sobre alguma parte do meu futuro.
tomar como minha a vida que escolhi ter. no regrets, just love.
a gente faz tantos planos. quer emagrecer pro verão (verão esse que será devidamente aproveitado dentro de casa assistindo seriados e filmes e lendo e chorando ouvindo adele). quer comprar um celular novo pra fazer parte de um grupo de gente idiota que tira foto de comida em tom sépia. quer aumentar a carga de exercícios físicos pra ver se a endorfina dá as caras. larga os remédios porque 'eu dou conta sozinha'. e liga pros amigos que abandonou pra tentar reatar os laços. bota fé que 'quem acredita sempre alcança' e que 'baby, you're a firework'.
a gente planeja arrumar um bom emprego só pra viajar com o namorado nas férias pra buenos aires. e planeja apresentá-lo pra família inteira na primeira oportunidade que houver. escolhe os nomes dos futuros filhos. fala deles como se fossem chegar amanhã, ou daqui a 2 ou 8 meses, pensa em como adaptar a cachorrinha à vida nova. já sabe como vai criá-los, quais os valores quer passar, que tipo de música vai tocar enquanto estiverem na barriga.
pensa em qual vestido vai usar na formatura. e de que cor serão as paredes do consultório. como vai ser o cartão com seu nome, telefone e CRP. sabe que precisa começar um curso de inglês, mas adia, 'um dia eu faço, vai dar tempo'.
a gente se esquece que o amanhã não existe. que de repente a vida muda. o vento sopra e leva tudo embora.

que minha estrutura seja forte o suficiente pra suportar mais esse vendaval.
this

sábado, 10 de dezembro de 2011

- as pessoas costumam vir aqui e desabafar seus problemas amorosos. eu sei que vêm. e quando digo amorosos quero dizer românticos. a gente tem tanto amor na vida que se perde entre eles, é natural. então a pessoa vem e senta nesse sofá e tenta contar tudo - cada mí-ni-mo detalhe - pra descobrir onde é que errou. o que é que podia ter feito diferente. qual o próximo passo a dar. ah, deus, o próximo passo a dar, qual seria ele?
mas não eu. eu vim por questões superiores. pra lidar comigo mesma, pra desvendar minha escuridão, pra me ver com outros olhos. não essa baboseira de romance e amor não correspondido e traições e abandonos.
até hoje.
porque hoje eu só quero falar desse aperto no peito e esse nó na garganta, que é o que acontece quando a dor já cansou de se alojar só na alma. eu quero te contar que da última vez que nos vimos ele disse que me amava mas que nunca - nunca, nunca, nunca mais - ia ser meu de novo. e foi preciso que eu pedisse, mas houve um último beijo na porta do ônibus. fizemos promessas, tantas delas, você não pode imaginar. e os planos que foram adiados pra 'daqui a pouco' não mais dispõem de terreno pra acontecer. viraram vento, poeira, nada.
queria que você parasse de me olhar como se eu fosse uma jovem-com-toda-uma-vida-pela-frente e me visse como me sinto agora: uma moribunda caquética recolhendo seus pedaços pelo chão. que você olhasse aqui dentro e me dissesse que raios aconteceu com meu coração, se ele está tão roxo e sufocado quanto parece. queria que você abrisse minha cabeça e pinçasse memória por memória, todas as vezes que o nome dele aparecesse. que no meu peito você colocasse uma pedra pra que nunca mais fosse tudo tão pesado assim.
eu sei. passou. não dá pra reverter os erros, não dá pra implorar pela última vez (quantas últimas já houveram?), não dá pra pedir 'ei, por favor, me ame só mais um pouquinho'.
nosso tempo tá acabando, tem mais alguma desesperada sentada ali na recepção esperando pra ocupar esse lugar, se agarrar nessa almofada como uma última esperança materializada, dizer todas essas coisas tolas e inúteis. terminamos todos aqui, desabafando amores perdidos e dores inconfessavelmente banais.
na próxima semana voltamos a falar de assuntos profundos, do quanto estou quebrada por dentro simplesmente por ter o fardo de ser eu. obrigada pelos lenços e desculpe pela banalidade. é que dói, dói tanto. e chega uma hora que caímos todos nos clichês comuns e ordinários das dores de um amor que se foi. romance... essa coisa estúpida alimentada pelas comédias americanas e por esses seus sofás.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

anônimo,

ei, vamo brincar de 'adivinha'?
adivinha se eu curto suspense. te dou uma dica: começa com N e termina com ÃO.
agora me dá uma dica pr'eu adivinhar quem é você :)

domingo, 4 de dezembro de 2011

às vezes me pego pensando no nosso futuro. no futuro que poderia ter acontecido e nunca foi. em como estaríamos se o caminho escolhido fosse outro.
é inútil, eu sei. não muda nada do que passou e provavelmente são só sonhos, coisas que ainda que tivéssemos escolhido o outro caminho, não teriam acontecido.
mas acalenta. dá um pouco de paz pra esse peito que se transforma em um abismo quando se dá conta de que você não está mais na minha vida.
e no nosso futuro que fico imaginando seríamos tão você e eu, tão nós dois, tão o que éramos e estragamos. tão bobos e bonitos, tão cheios de vida e de calor nos olhos.
rompemos com o destino, eu acho. e é por isso que não consigo te esquecer. porque queiramos ou não, você é meu e eu sou sua. e um dia, em uma esquina qualquer, vamos nos dar conta disso quando nos olharmos como olhávamos antes. por alguns segundos que seja... voltaremos a ser nós dois, sós os dois.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

'a ana é problemática demais pra você'. pra coitadinha bem humorada, bem intencionada, focada, determinada, trabalhadora, forte, segura, carinhosa, atenciosa.
e as neuroses, as brigas, as acusações, a gritaria, as ameaças, os dramas propositais, a chantagem emocional, a manipulação barata... só a ana problemática aqui é que sabe.
não sou fácil, nunca fui. mas não arrasto ninguém pro sofrimento junto comigo. é desumano, é injusto.
não sei como vim parar nesse inferno onde estou.
não faço idéia de como sair daqui.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

daí que eu já tava cansada daquele clima primaveril do blog. girassóis (são lindos, os amo, mas né), tudo laranja-amarelho-vermelho. assim tá melhor. por enquanto.



conversei com minha psicóloga essa semana sobre a minha atual dificuldade em manter amizades. alimentá-las, cultivá-las e essa coisa toda. tentamos nos lembrar qual foi o momento exato onde cortei as amizades que tinha e parei de fazer novas (sim, houve um momento exato e na sessão eu disse: a partir de agora não terei mais amigos). lembramos de algumas coisas, como por exemplo que eu estava fodidamente em depressão naquela época e que havia brigado com duas grandes amigas na véspera. mas ninguém espera que alguém vá MESMO deixar de ter amigos. não alguém sensato, pelo menos. e o problema é meio que esse aí, eu acho.
acontece que tentar viver sozinho é um tanto pesado. sem maiores apegos, sem super baladas combinadas há semanas, sem uma mão na sua ou um colo pra deitar. não tem lá muita graça conquistar coisas importantes e não ter com quem festejar.
de repente me senti totalmente despreparada para a convivência social também, perdi o jeito de aceitar convites pra sair e ter uma conversa razoável, com alguns risos e... e não sei mais o que é mesmo preciso em um encontro agradável. virei uma espécie de pessoa-chata que não comemora muito, não salva números de telefone na agenda, não escreve e-mails, não responde cartas, não atende o celular, nunca mais deu dinheiro pra tim com envio de sms. fechada. chata mesmo.
e não é que eu tenha virado uma ilha (ninguém-pode-ser-uma-ilha, essa frase irrita mais alguém além de mim por aqui?). tive alguns namoros, rolos, encontros esporádicos com conversa agradável, bebedeiras, almoços em família e essas coisas que todo mundo faz sem maiores dores. beijo mi, mãe, carlos e mais alguns.
só perdi o jeito. sabe? não sei socializar e toda essa coisa que exigem da gente. 'o inferno são os outros', uma vez minha psicóloga parafraseou sartre tentando me entender. 'não, o inferno sou eu mesma. acontece bem aqui dentro', foi o que respondi. tem sido assim.
enfim, queria me desculpar por todos os convites não aceitos, os encontros que enrolei e não aconteceram, as desculpas mal elaboradas, os telefonemas não atendidos, as sms paradas na caixa de entrada sem nenhum retorno, as cartas que chegaram e nunca tiveram resposta... desculpa, gente. tô me esforçando, eu juro. vocês são ótimos e gosto de tê-los por perto. não quero perdê-los como tanta gente já se foi.
everything is gonna be alright. acreditem.