quarta-feira, 24 de março de 2010

meu raio de sol.

hoje, pela primeira vez em muito tempo, você foi de novo a minha irmã caçula. sim, depois de muito tempo, afinal você é tão mais forte e tão mais madura que eu... que às vezes me esqueço dos 4 anos de diferença que tenho, surpreendentemente, a mais que você.
tive vontade de fazer como fazia quando éramos crianças: esperar você dormir - baixar a guarda - e mexer nos seus cachinhos loirinhos a procura de te acarinhar e te livrar da coceira dos piolhos - agora problemas tão cruéis.
e a vontade de te abraçar enquanto suas lágrimas caíam foi tão forte que eu sinceramente não sei como não o fiz. minha promessa de te visitar amanhã, de levantar seu ânimo ainda que o meu esteja morto, nada mais foi que vontade de te levar pra aquele mundo bonito que tínhamos quando éramos só duas crianças com a vida pela frente.
a vida pela frente... isso que temos e não notamos, que deixamos escapar pelos dedos. admito que a minha escape, mas não a sua. não a sua que pode ser tão linda quanto você deixar que ela seja. e você já é tão, mas tão linda, Michelle... e não consegue perceber e deixar que as coisas do seu lado se contagiem com sua gargalhada divertida, só deixa que sejam no máximo seu sorrisinho discreto e tímido.
'princesa linda demais, perfeita aos olhos do Pai. alguém igual a você não vi jamais'. todas as vezes que escuto essa música me lembro do quanto você é maravilhosa e do quanto eu queria te deixar brincar na minha casinha que passei horas montando, do quanto queria que você fosse a madrinha da boneca que ganhei ontem do nosso pai, do quanto queria dormir te fazendo cafuné quando você tivesse irritada.
queria segurar sua mão bem forte e te mostrar que o mundo pode ser o que quisermos que ele seja. e que eu vou te ajudar a querer um mundo melhor, mais macio, mais algodão doce... tão doce quanto aquelas nuvens que olhamos hoje e tentamos dar formas à elas.
elas não pareciam perto hoje? não pareciam seu algodão doce, com todos aqueles fiapinhos que você quase tocava? tudo pode parecer, e eu prometo que vou te ajudar a ver. prometo.
como no filme que te contei hoje (a minha ansiedade de contar e a sua de ouvir, tão parecidas)... como naquele filme com o galã que jamais teremos e mesmo assim continuaremos suspirando juntas por ele (ou por aqueles que se foram?)... como naquele filme que o irmão mais velho perdido protege a irmã pequena e introvertida... lembra?
ele contou que gandhi uma vez disse que não importa o que façamos em vida, será insignificante. mas é importante que faça, porque ninguém mais faria.
ninguém mais. só você.

2 comentários:

Kine disse...

"Depois, um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele... Guardei a minha no bolso.
E fui."

Quando eu era pequena achava bobo quando diziam que "dar presentes" é melhor que receber! Hoje sei que é verdade, "ajudar" é melhor! Além de fazer alguém feliz, esquecemos por momentos a nossa dor! Sem egoísmos, apenas por se alegrar pela felicidade de alguém.

(se precisar de ajuda... estou aqui, mesmo com as minhas bobeiras)

Anônimo disse...

Ahh... quando precisar de piadas pra sua irmã, sabe que pode contar comigo.