sexta-feira, 11 de março de 2011

que é feito estar doente de uma folia

brigávamos. como sempre, brigávamos. a rua vazia do feriado e as cabeças cheias dos problemas.
minha euforia era fabulosa. fones no ouvido, sapatilhas dançantes, músicas cantaroladas em voz alta aos poucos transeuntes.
ela se ofendia. como se ofendia com a minha suposta felicidade...
puxou meus fones de ouvido, ríspida, maluca.
- me escuta!
- não, não quero! - recoloquei-os. - i'ts a beaaautifuuul daaay.
arrancou-os novamente, mais nervosa, a voz trêmula:
- eu faço tudo por você, tudo. o que ninguém nunca fez, nunca faria. dou tudo o que quer, faço as vontades mais absurdas, o que mais você quer que eu te dê?
respirei fundo, a raiva transbordando em lágrimas nos olhos, a culpa rasgando o peito, culpa por estar feliz, onde é que já se viu? para onde havia fugido o dia lindo de segundos atrás? para onde eu fugiria com toda a minha dor escondida fundo em alegria?
- paz! eu só quero um pouco de paz!

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