sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

tão meu que dói

"Mas não adianta: um dos meu males é ter medo de magoar as pessoas. Não precisar de ninguém... E há pouco me queixava de solidão. Eu não me entendo mesmo.
Cansei de ficar escrevendo. Tem um sol muito bonito lá fora. Queria aproveitá-lo junto com alguém. Como esse alguém não existe, vou ter que aproveitar sozinho. Vou até a minha praça, na beira do rio. Ver o pôr-do-sol e, por um segundo, sentir uma alegria enorme. Depois, uma espécie de medo sem pergunta e a tristeza crescendo fazendo nascer a vontade de morrer. Ou de viver ainda mais, com muito mais intensidade."

Caio Fernando Abreu

Um comentário:

Andante disse...

Impressionante a simplicidade de estilo, mas as palavras que me sacodem por dentro totalmente.