domingo, 27 de fevereiro de 2011

querida mamãe,

eu poderia dizer tantas coisas. poderia dizer que você não tem respeito nenhum pela casa dos outros. que você não tem respeito nenhum pelas pessoas, aliás, não tem respeito nem por você mesma. poderia dizer que eu chego a te odiar quando te vejo fazendo com a minha irmã o que já fez tantas vezes comigo. e que tenho pena da vida medíocre que você leva.
mas não. o que eu vou te dizer é simples: obrigada.
obrigada por ter me feito sentir inútil tantas vezes. foi assim que eu tive forças pra provar pra mim mesma que eu era capaz, perfeitamente capaz, de qualquer coisa que eu quisesse. obrigada por ter me negado carinho e assim ter feito com que hoje eu seja uma das pessoas mais carinhosas que conheço. obrigada por não ter me ensinado a pedir desculpas: aprendi a importância de desculpar. obrigada por duvidar de mim, mãe. você pode ver com seus próprios olhos descrentes tudo que conquistei, o quanto é bonita a minha casinha simples, o quão cheia de amor é minha relação com meus irmãos, o quão dedicada eu sou com tudo que quero bem.
obrigada, mãe, por todas as vezes que você desmoronou o meu mundo.
aprendi a reconstruí-lo, tijolo por tijolo, percebe? e o meu, mãe, bem diferente do seu, o meu tem cor.


3 comentários:

Anônimo disse...

wow... well done, little one!

Andante disse...

...

muitos tem motivos para se amargarem e ficarem aprisionados em prisões invisiveis já outras pessoas conseguem voar!

Anna Paula Passini disse...

Que atitude bonita, Ana. Quando eu falo que as pessoas não vêm mas que TUDO, absolutamente tudo tem um lado bom, é saber aproveita-lo e tirar suas vantagens, pois o mundo não para pra você reconstruir suas coisas, você tem que correr sim contra o tempo, tem que apostar todas as fichas, ir atrás e logo assim você terá a recompensa e essa recompensa é tão doce, é tão encantadora, que vale a pena ter passado por tudo.